"poesia não é para compreender
poesia é para incorporar"
manoel de barros
terça-feira, 30 de agosto de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
da série: aprendendo com o mestre
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
um pedaço de copacabana
não é mais a mesma.
a fotografia do amanhecer na praia
perdida
e o frio, a chuva
nuvem enterrando a paisagem
dão o novo tom
o grito da janela do apartamento
perdido
cada qual em seu silêncio, sua vida
sua solidão cercada de coisas e amigos
ninguém caminha pelo calçadão
nem na areia
não há turistas
o mar secou
desmancho a tecitura de uns versos
duas da manhã
desço pra comprar alguma distração em cigarros
[mas a boca] e a banca vinte e quantro horas não está
eu e meu guarda-chuva quebrado
dialogando com poças d'água
e sons remotos circundando
aperto o passo
estão todos escondidos pelos cantos
e minha dor é saber que não me notam
por sermos todos iguais
termos a mesma face
longe do brilho de outrora
da velha e boa copacabana
a fotografia do amanhecer na praia
perdida
e o frio, a chuva
nuvem enterrando a paisagem
dão o novo tom
o grito da janela do apartamento
perdido
cada qual em seu silêncio, sua vida
sua solidão cercada de coisas e amigos
ninguém caminha pelo calçadão
nem na areia
não há turistas
o mar secou
desmancho a tecitura de uns versos
duas da manhã
desço pra comprar alguma distração em cigarros
[mas a boca] e a banca vinte e quantro horas não está
eu e meu guarda-chuva quebrado
dialogando com poças d'água
e sons remotos circundando
aperto o passo
estão todos escondidos pelos cantos
e minha dor é saber que não me notam
por sermos todos iguais
termos a mesma face
longe do brilho de outrora
da velha e boa copacabana
sábado, 13 de agosto de 2011
tente usar a roupa que eu estou usando
peça meu livro querendo te empresto
se inteire da coisa sem haver engano
baby te amo nem sei se te amo
se inteire da coisa sem haver engano
baby te amo nem sei se te amo
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
censurado
esse "quase" entrou no livro...
versos censurados
leia-os com atenção
mas não se iluda
não há rimas
com mares
ou remos que te ajudem a chegar até o fim
são vivos e ariscos
não entregam o ouro e a prata
não nasceram para
vieram ao mundo
nus
mas não por acidente
ou porque pai e mãe
assim o
quis
vieram dizendo
"fi-lo porque qui-lo"
censurados
irritantes
e irritados
como palavra ainda não inventada
versos censurados
leia-os com atenção
mas não se iluda
não há rimas
com mares
ou remos que te ajudem a chegar até o fim
são vivos e ariscos
não entregam o ouro e a prata
não nasceram para
vieram ao mundo
nus
mas não por acidente
ou porque pai e mãe
assim o
quis
vieram dizendo
"fi-lo porque qui-lo"
censurados
irritantes
e irritados
como palavra ainda não inventada
terça-feira, 9 de agosto de 2011
experimenta! experimenta!
Os escritores que conheço querem ser lidos, mas quando pergunto o que leem, costumam sair-se com Kafka, Dostoiévski, Clarice Lispector, Guimarães Rosa. Ou Drummond, Manuel Bandeira, Ezra Pound. Ou outro lote de escritores e poetas igualmente famosos e aclamados.
Abandone os clássicos por um tempo, adote uma postura de risco cultural e leia quem você nunca ouviu ser mencionado. Escolha um/a escritor/a pelo assunto da obra, pela capa, pelo som do sobrenome e embarque numa aventura de exploração. Deixe para lá esse esnobismo chato de só mencionar autores de sucesso e pontue suas conversas com desconhecidos peculiares, esquisitos, diferentes.
Vá fuçar naquelas estantes lá no fundo das livrarias. Procure títulos interessantes que estão de pé nas estantes, só de lombada para você. Compre o que não é badalado, não é famoso, mas tem algo de intrigante.
Assim você contribui para quebrar essa cultura massificante de as livrarias e editoras acharem que só vale a pena investir nos autores já conhecidos e bons vendedores, nas obras que já vem com milhares de exemplares vendidos lá fora.
Assim você contribui para quebrar essa cultura massificante de as livrarias e editoras acharem que só vale a pena investir nos autores já conhecidos e bons vendedores, nas obras que já vem com milhares de exemplares vendidos lá fora.
Você pode copiar essas sugestões e enviá-las aos amigos por email para ajudar a mudar a cultura preguiçosa e acomodada de as pessoas de só lerem e comprarem o que todo mundo lê e compra. Mas você pode também dar de presente livros que considera bacanas, de autores que seus amigos nunca ouviram falar.
Esse é um jeito simpático de não só impulsionar as vendas dos escritores desconhecidos que você descobriu e achou legais, como fazer com que os amigos prestem um pouco mais de atenção ao que existe de variado e brasileiro na nossa produção literária.
estive pesquisando formas mais eficazes de divulgar um livro na internet (e fora dela) e encontrei as dicas acima na página http://www.escrevaseulivro.com.br/escreva/component/content/article/5-home/10-por-laura-bacellar.html
é meio fantasioso achar que se impulsiona efetivamente as vendas de "autores desconhecidos" seguindo as dicas do site... mas não custa nada propor que as pessoas mudem um pouco seus conceitos (abandonem a preguiça) e arrisquem mais em suas leituras... tudo bem... eu mesma já encontrei belas porcarias desse jeito, mas também uma ou outra coisa muito boa. claro que é muito mais fácil e seguro ir direto aos bestsellers, por exemplo, mas pode ser muito prazeroso e divertido se surpreender com um livro sobre o qual nunca se ouviu resenha...
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
"prefácio"
veto
para que não se alcance
(sigo ordens da musa)
no vão das letras
no vão das linhas
o tremular sagrado
do segredo impenetrável
para que não se alcance
(sigo ordens da musa)
no vão das letras
no vão das linhas
o tremular sagrado
do segredo impenetrável
espaço cultural armazém da foto
"poesia é quase isso" virá acompanhado pela abertura de um espaço idealizado pelo diego e por mim.
há muito que queríamos por a ideia em prática e agora encontramos o lugar perfeito: um casarão aqui em itatiaia-mg.
o espaço físico é muito bacana e fica bem ao lado do restaurante super bem conceituado e frequentado, o villa itatiaia.
aliás, começa hoje o "tira gosto cultural de itatiaia". teremos o famoso concurso de tira gostos (pratos típicos mineiros) e manifestações artísticas (teatro, roda de samba, choro, apresentação folclórica...). aproveitarems o evento para começar a divulgar o "armazém".
há muito que queríamos por a ideia em prática e agora encontramos o lugar perfeito: um casarão aqui em itatiaia-mg.
o espaço físico é muito bacana e fica bem ao lado do restaurante super bem conceituado e frequentado, o villa itatiaia.
aliás, começa hoje o "tira gosto cultural de itatiaia". teremos o famoso concurso de tira gostos (pratos típicos mineiros) e manifestações artísticas (teatro, roda de samba, choro, apresentação folclórica...). aproveitarems o evento para começar a divulgar o "armazém".
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divulgação - armazém da foto |
transpiração
não é moleza produzir um livro...
mas o trabalho avança. isso é o que importa.
a seleção de textos já está praticamente fechada. quem acompanhava meus blogs não terá muitas surpresas...
a grande novidade é que estou preparando junto com o auxílio luxuoso do diego algumas "ilustrações" a partir de fotografias estilizadas... o homem tem uma técnica refinada... tá ficando bom.
e para que ninguém morra de curiosidade (óia!), eis uma prévia do trabalho
mas o trabalho avança. isso é o que importa.
a seleção de textos já está praticamente fechada. quem acompanhava meus blogs não terá muitas surpresas...
a grande novidade é que estou preparando junto com o auxílio luxuoso do diego algumas "ilustrações" a partir de fotografias estilizadas... o homem tem uma técnica refinada... tá ficando bom.
e para que ninguém morra de curiosidade (óia!), eis uma prévia do trabalho
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uma das imagens do livro "poesia é quase isso" |
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